A vida se aprende nas perdas. É perdendo a liberdade que a gente
descobre que não se encaixa, é perdendo alguém que a gente descobre que
não vale a pena lutar por futilidades, é perdendo o apoio que a gente
descobre que o resto do mundo não para só porque nosso mundo parou. A
gente vai aprendendo a viver assim, na marra, no grito, no sufoco, no
impulso.
Eu quis mudar o mundo, quis ser brilhante, quis ser reconhecida. Hoje eu
quero bem pouco e prefiro me concentrar no agora do que planejar um
futuro incerto. Eu me libertei da culpa e dei de cara com algo novo: não
me encaixo, e aceito. Não é justo perder as asas no momento em que se descobre tê-las. É preciso poder voar, é preciso ter uma visão estratégica das janelas. Ver o sol e não poder tê-lo é absurdo.
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